ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P040

Poster (Painel)


P040

REDE ESCOLA: MATRICIAMENTO COMO FERRAMENTA DE SUSTENTAÇÂO DA INCLUSÂO ESCOLAR

Autores:
BARUZZI, A.O.1, OLIVEIRA, D.S.1, KAO, A.P.O.G.1, ROVERI, T.M.1, COSTA, E.V.1, CASTRO, A.S.O.1
1 PECP - Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: O processo de inclusão escolar de crianças com entraves ao desenvolvimento é uma política educacional recente que ainda encontra obstáculos para sua plena aplicação. No Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis, nos deparamos com o efeito desta dificuldade no discurso dos pacientes e seus pais. Fato que pode ser constatado pelo crescente número de encaminhamentos, solicitações de diagnósticos, laudos e relatórios de pacientes/alunos das instituições de ensino desta região. Diante deste cenário, a equipe multiprofissional (Fonoaudiologia, Psicologia, Psicopedagogia, Terapia Ocupacional, Nutrição, Educação) identificou a necessidade de aproximação e intervenção junto às escolas, já que compartilhávamos dificuldades, desafios e o atendimento às mesmas crianças e famílias. Objetivo: descrição da experiência da utilização do matriciamento como ferramenta de sustentação da inclusão escolar. Visa construir intervenções singulares, instrumentalizar a escola e professores no manejo de crianças com dificuldades no desenvolvimento e/ou no processo de aprendizagem. Metodologia: Foi realizada a escolha pela EMEF Casarão, escola sem parceria ou apoio de ONGs atuantes na região, e grande número de alunos encaminhados ao PECP. Foram realizados três encontros para apresentação do projeto, escuta das demandas, e construção conjunta de propostas de trabalho. Esta cartografia inicial detectou expectativa de obtenção de soluções práticas e eficientes frente às dificuldades produzidas pela inclusão escolar. A segunda etapa da intervenção ocorreu por meio de encontros mensais na escola, os quais buscavam atender à demanda dos educadores por meio de palestras sobre temas técnicos da área da saúde. Ao longo destes encontros, os educadores sempre faziam referência a algumas crianças, as quais eram alunos da escola e pacientes do PECP. Tal dinâmica apontou a potência de outro dispositivo, as discussões de caso. Nestas discussões, foram apresentadas as intervenções realizadas nos acompanhamentos terapêuticos, o histórico dos pacientes, a compreensão da equipe do PECP a respeito do diagnóstico e seu efeito na família, assim como as evoluções e impasses dos casos em questão. Foram também planejadas ações de apoio técnico, tais como: Acesso direto dos educadores à equipe via e-mail; realização de observação e acompanhamento in loco de casos de alta complexidade, acompanhada da construção conjunta de intervenções e orientações; possibilidade de intervenções coordenadas entre as duas equipes junto às famílias dos alunos. Resultados e Conclusão: A abertura da instituição escolar aos profissionais do PECP se deu em função das bases nas quais a parceria se estabeleceu, ou seja, compartilhamento de responsabilidades, constituição de espaço continente para validação, elaboração e tratamento das angústias. As discussões de casos clínicos impulsionaram o trabalho dos educadores na direção da construção de respostas singulares dirigidas às dificuldades específicas apresentadas por cada um dos alunos; a situação de cada criança pôde ser discutida para além de suas limitações individuais, o que abriu caminho para o reconhecimento e potência da inclusão escolar; os educadores e profissionais puderam legitimar os projetos educativos destinados aos alunos em questão; as dificuldades e responsabilidades com relação ao processo de escolarização destas crianças pôde ser compartilhado, já que este é um desafio comum às equipes envolvidas.

Palavras-chave:
 Inclusão Escolar, Política Educacional, Processo de Aprendizagem, Intervenções Coordenadas, Interveções Singulares